O PubhD UMinho juntou três investigadoras das áreas da engenharia têxtil, biologia molecular e filosofia no bar do Círculo de Arte e Recreio. O resultado foi uma noite animada de debate e troca de ideias sobre ciência. “É como fazer macarrão”, respondeu Gabriela Jobim a uma das (muitas) perguntas que o púbico lhe colocou depois de apresentar o seu projecto - 2U_UserUrbe, mobiliário urbano inteligente – em desenvolvimento no Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil (2c2t) e no Centro de Computação Gráfica (CCG), ambos na Universidade do Minho. O exemplo da culinária ajudou a designer têxtil a explicar a primeira fase do seu projecto – o desenvolvimento de materiais – e enquadrar as seguintes: participação dos cidadãos e criação de uma plataforma digital através da qual as cidades possam oferecer “agradabilidade, prazer e felicidade” aos seus habitantes. Com a ajuda de um modelo anatómico do crânio, Joana Silva abordou alguns aspectos da sua pesquisa sobre a relação entre o stress crónico e a Doença de Alzheimer. A investigadora do Instituto das Ciências da Vida e da Saúde da Universidade do Minho explicou a uma plateia muito atenta que “há dificuldades de investigação” e referiu a recolha de amostras de líquido cérebro encefálico proibida em Portugal como um dos exemplos. “Estamos perante uma investigação extremamente complexa para a qual não se encontrará facilmente uma cura”, por isso, defendeu “o investimento deve ser feito nos cuidados a prestar aos doentes e aos cuidadores, não propriamente na cura”. A última intervenção da noite envolveu aceso debate em torno das questões da moralidade, arte e estética. Sara Gonçalves foi advertindo para as particularidades da reflexão filosófica mas rejeita o rótulo: “não sou filósofa, sou aprendiz”. Estava criada a empatia com o público que apreciou a abordagem de suporte do seu projecto de investigação: o cinema. “Adoro cinema e acredito que todos os filmes envolvem uma dimensão moral. Tudo o que é feito pelo homem envolve moralidade”, afirmou. Para a sessão trouxe “livros e filmes” e uma grande capacidade de surpreender com respostas à altura das provocações. “Foi uma experiência fantástica e o debate com o público é muito enriquecedor”, confessou no final. O PubhD (jogo de palavras entre “pub” e “Ph.D.”/doutoramento) é um movimento de divulgação da ciência que nasceu em Nottingham (Inglaterra) e depois de chegar a Lisboa surgiu em Braga e Guimarães por iniciativa do STOL - Science Through Our Lives, da UMinho, começou a realizar-se, intercaladamente, nas cidades de Braga e Guimarães. A próxima sessão realiza-se no dia 30 de Junho, pelas 21 horas, no bar Sé La Vie, em Braga.